Pode ser definida a beleza? A principio diríamos que não. Que se trata de um conceito subjetivo. Uns gostarão de algo que outros não e vice-versa. Não haveria forma de estudar ou explicar ou definir nada em função de sua beleza.
 
Todavia, existe uma disciplina chamada estética. O que estuda então a disciplina chamada estética? Como o faz?
 
A estética estuda o belo, mas principalmente as percepções, as emoções e os valores que levam a determinar o que é belo e especialmente as artes. Valores estéticos são o gracioso, o sublime, o ridículo, o elegante, o harmonioso.
 
Na parashá da semana a matriarca Rivca aparece em cena após a morte da matriarca Sara ainda como jovem e solteira e é definida como iefat maré, isto é de aparência bela ou de aspecto belo, se via bem.
 
O leitor de todos os tempos, talvez do nosso em particular, tão repleto de padrões de beleza e tão invadido por imagens superficiais “marketadas” no Instagram e no Facebook entenderá que se tratará literalmente de características externas. Porém nos versículos seguintes lhe esperam algumas surpresas.
 
Não aparece um só detalhe da roupa, da pele, da forma do nariz, das pernas, da cintura ou do cabelo. Nada nos diz a Torá sobre sua altura, seu peso, o sua voz.
 
Os versículos seguintes nos falam de como tratar um estrangeiro e de sua iniciativa para oferecer água aos animais dele quando ele apenas pediu para si.
 
A beleza, diz a filosofia estética, tem a ver com o que emociona, comove e aciona os sentimentos e a percepção de quem recebe o estímulo do objeto que se avalia. No caso de Eliezer, através do qual a Torá estabelece a beleza de Rivca, a ética, a empatia, a pro atividade, a sensibilidade, medem a beleza de uma pessoa.
 
Que possamos viver e ser de um modo que promova a melhor das belezas humanas a nossa volta.
 
Shabat Shalom.
Rabino Dr. Ruben Sternschein