Patrícia Campos Mello, uma das mais premiadas jornalistas brasileiras e que já atuou como correspondente na Síria, Iraque, Turquia, Líbano, Quênia e Serra Leoa, relatou suas experiências em debate com o rabino Michel Schlesinger em mais uma edição do evento Dilemas Éticos.

O encontro on-line, que teve tradução em libras e contou com a participação do público que enviou perguntas previamente e também via chat, aconteceu nesta terça-feira, 04 de maio.

Fizeram parte do debate temas como o contraponto entre as guerras reais e imaginarias, a relevância da imprensa, o jornalismo profissional na atualidade, bem como as vantagens e as desvantagens de ser uma repórter mulher em uma cobertura de guerra. Patrícia também falou sobre a viagem que fez a Israel em 2011 à convite da Conib, bem como de suas conexões com o judaísmo.

Alvo de uma violenta campanha de difamação e intimidação estimulada pelo chamado gabinete do ódio, a jornalista também falou sobre a liberdade de expressão, as fake news, a violência digital e a linguagem do ódio, temas presentes eu seu mais recente livro “A Máquina do Ódio”.  

“Apesar de os jornalistas terem se tornado alvo de parte desses  governos populistas e de direita que precisam demonizar a imprensa para se legitimar, também descobrimos que podemos ser muito relevantes. Há um mar de informação que vem sendo instrumentalizado e o jornalista profissional, que vai atrás da informação primaria e apura a veracidade dos fatos, voltou a ser extremamente relevante”, destacou Patrícia.

“Acho que nunca foi tão importante organizar e trazer legitimidade para ajudar o leitor a categorizar as informações em relação a todas as demais que chegam até ele. Grande parte do que recebemos não passou por nenhuma apuração. É nesse momento que entra a relevância do jornalista profissional, que só vai escrever sobre determinado assunto depois de apurar os fatos”, reforçou o rabino Michel.

O evento Dilemas Éticos é uma realização da Congregação Israelita Paulista (CIP) e conta com o patrocínio de: Itaú-Unibanco, CSN, Bemol, GR Segurança, Focus Energia, Helbor e Rosset e apoio da Unibes Cultural e Lei Federal de Incentivo à Cultura.