O VI Sêder Comunitário de Tu BiShvát da CIP, realizado e transmitido no último domingo (31), foi marcado por muita reflexão acerca da responsabilidade humana perante a natureza. O rabino Ruben Sternschein, que conduziu o encontro, abriu o sêder afirmando que “a árvore é o resumo da natureza da humanidade”.

Em meio aos rituais do sêder e às performances musicais de Paula Picherzky, que compôs a mesa ao lado do rabino Ruben, o encontro propôs quatro abordagens de reflexão ambiental — local, abordando a situação de São Paulo; regional, trazendo a questão da Floresta Amazônica; global, discutindo a Terra como um todo; e geral, traçando paralelos entre o local, regional e global.

“A Torá nos diz que a Terra é um espaço comum”, introduziu o rabino Ruben, “não só de todos os humanos que habitam nela, mas de todas as gerações que já habitaram, e de todas as que virão depois — todos somos apenas passageiros e devemos cuidar, evoluir e melhorar esse espaço”.

Para falar sobre segurança hídrica, o sêder contou com a presença do especialista em Direito Ambiental e Recursos Hídricos, Marcelo Cardoso. “Água é um indicador social”, apontou Marcelo, “a sua disponibilidade, quantidade e qualidade para a população de forma igualitária são sinais de um Estado de Direito”.

Trazendo um panorama sobre a situação hídrica em São Paulo, Marcelo frisou que as diferenças sociais tornam o problema mais acentuado para uma parcela da população. “Não podemos pensar na água apenas como consumidores”, afirmou Marcelo Cardoso, “água e esgoto são direitos humanos, são políticas públicas e serviços essenciais, que devem ser garantidos a todos os cidadãos deste país”.

Abordando os atuais desafios da Amazônia, Rachel Trajber, que foi Coordenadora Geral de Educação Ambiental no Ministério da Educação no início dos anos 2000, acrescentou à discussão informações sobre as consequências dos impactos ambientais de nossa floresta.

Rubens Born, engenheiro civil especializado em Engenharia Ambiental, estava presente ao lado do rabino Ruben e de Paula Picherzky na mesa, e teceu reflexões sobre o conjunto dos desafios ambientais que enfrentamos no planeta. “É necessário pensar globalmente para agir localmente”, ponderou Rubens.

Complementando o raciocínio de Rubens, a engenheira agrônoma Muriel Saragoussi alerta sobre a urgência do problema que enfrentamos: “Estamos avançando muito rapidamente em direção a pontos de não-retorno (…) Se queremos mudar essa situação, precisamos sair da zona de conforto, e, para isso, precisamos assumir o compromisso de buscar justiça”.

“Justiça é o ideal que o judeu deve ter. Na minha visão, esse compromisso se traduz em responsabilidade — uma responsabilidade ética para com o planeta e para com todas as espécies que aqui habitam”, afirma Muriel.

Você pode assistir à transmissão na íntegra abaixo.