Geralmente assumimos que no ato de doar o lado forte é aquele que dá e o lado fraco é aquele que recebe. O doador é quem demonstra o poder de possuir algo de valor para ser doado e o receptor, a necessidade e a carência.
Todavia, também quem doa expressa sensibilidade pelo receptor, e também quem recebe manifesta algum amor próprio imprescindível para se reconhecer digno do que for receber.
Em outras palavras, tanto o doador quanto o receptor precisam das mesmas características: certo amor próprio e certa humildade, para que o movimento aconteça.
A gratidão que devolve o receptor é, talvez, a amostra mais clara dessa simetria recíproca. No momento de dizer “obrigado” é o receptor que está valorizando o doador e a doação, e, portanto, manifesta certo poder de avaliação. A gratidão captura ao mesmo tempo a necessidade do receptor e seu poder. Sua fraqueza e sua força.
Na parashá da semana, dentre as oferendas que eram entregues no templo em forma de sacrifícios, destaca-se o denominado zevach shelamim. Diferente de outros destinados a expiar erros, compensar maus atos ou más intenções, ou celebrar uma festa, este sacrifício tinha como objetivo agradecer, e foi reconhecido por intérpretes como a oferenda dos fortes, dos bem sucedidos. Ou seja, quem via a si próprio como exitoso, expressava doando gratidão!
O nome dessa oferenda diferente inclui a palavra shalem, que significa completo, compensado, pago, íntegro. Aliás, é também a raiz da palavra paz.
O shabat prévio à festa de Pêssach, no qual geralmente se lê esta parashá, é denominado também shabat hagadol, por conta da haftará (o trecho dos profetas atribuído, que neste caso vem de Malaquias – cap. 3), e termina com a profecia de que virá Elias, num shabat como este, alguma vez, para anunciar a chegada do grande dia final da história.
Essa conclusão é caracterizada pela reunião do coração dos filhos com o dos pais e vice-versa. Em minha opinião não se trata de um idílio intergeracional, e sim, de uma reintegração psicológica da essência do indivíduo. As pessoas reconhecerão o que tem recebido, de melhor ou pior, de seus pais por história ou genética, e o que tem deixado nos seus filhos. Esse reconhecimento, como os outros atos de dar e receber da vida, permite a integração da personalidade, a completude da consciência, a percepção certa das forças e fraquezas e a paz do espírito.
Todavia, também quem doa expressa sensibilidade pelo receptor, e também quem recebe manifesta algum amor próprio imprescindível para se reconhecer digno do que for receber.
Em outras palavras, tanto o doador quanto o receptor precisam das mesmas características: certo amor próprio e certa humildade, para que o movimento aconteça.
A gratidão que devolve o receptor é, talvez, a amostra mais clara dessa simetria recíproca. No momento de dizer “obrigado” é o receptor que está valorizando o doador e a doação, e, portanto, manifesta certo poder de avaliação. A gratidão captura ao mesmo tempo a necessidade do receptor e seu poder. Sua fraqueza e sua força.
Na parashá da semana, dentre as oferendas que eram entregues no templo em forma de sacrifícios, destaca-se o denominado zevach shelamim. Diferente de outros destinados a expiar erros, compensar maus atos ou más intenções, ou celebrar uma festa, este sacrifício tinha como objetivo agradecer, e foi reconhecido por intérpretes como a oferenda dos fortes, dos bem sucedidos. Ou seja, quem via a si próprio como exitoso, expressava doando gratidão!
O nome dessa oferenda diferente inclui a palavra shalem, que significa completo, compensado, pago, íntegro. Aliás, é também a raiz da palavra paz.
O shabat prévio à festa de Pêssach, no qual geralmente se lê esta parashá, é denominado também shabat hagadol, por conta da haftará (o trecho dos profetas atribuído, que neste caso vem de Malaquias – cap. 3), e termina com a profecia de que virá Elias, num shabat como este, alguma vez, para anunciar a chegada do grande dia final da história.
Essa conclusão é caracterizada pela reunião do coração dos filhos com o dos pais e vice-versa. Em minha opinião não se trata de um idílio intergeracional, e sim, de uma reintegração psicológica da essência do indivíduo. As pessoas reconhecerão o que tem recebido, de melhor ou pior, de seus pais por história ou genética, e o que tem deixado nos seus filhos. Esse reconhecimento, como os outros atos de dar e receber da vida, permite a integração da personalidade, a completude da consciência, a percepção certa das forças e fraquezas e a paz do espírito.
Que consigamos.
Shabat shalom
Rabino Dr. Ruben Sternschein