Com o avanço da tecnologia estamos vivendo mais. Com a longevidade, surgem novos dilemas éticos. Até quando vale prolongar uma vida humana? Qual é o limite para a luta pela vida? Qual é a vida que realmente vale ser vivida?
Para debater esse importante tema, a Congregação Israelita Paulista (CIP) realizou, no dia 01ºde abril, o evento Dilemas Éticos, com o tema: “A morte e seus dilemas- A vida que vale a pena ser vivida”.
O debate, mediado pela Rabino Michel Schlesinger, contou com a participação do Dr. Clóvis de Barros Filho – Doutor e livre-docente pela Escola de Comunicações e Artes da USP, consultor e autor de mais de 15 obras, entre elas o Best-seller “A vida que vale a pena ser vivida”, e da Dra. Ana Claudia Quintana Arantes – Dra. Ana Claudia Quintana Arantes – Médica, formada pela USP com pós graduada em Psicologia e especialização em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium e Universidade de Oxford.
Com o auditório completamente lotado, eles discutiram durante quase duas horas, temas como moral e ética, cuidados paliativos, como a medicina lida com a morte, a finitude da vida e as perspectivas judaicas sobre a morte.
“No final das contas a reflexão sobre a morte acaba nos fazendo pensar na vida. O medo da morte acaba atravessando toda a vida, atrapalhando, entristecendo, sendo que todos nós sabemos que a finitude é o único dado da existência que não temos condição de mudar. Há um grande desafio de se reduzir o medo da morte e uma das maneiras mais bonitas é acreditar em uma certa vitória sobre ela através da re- acomodação material das coisas e de uma sobrevida, quem sabe eterna”, destacou o Dr. Clóvis de Barros Filho
Para a Dra. Ana Claudia Quintana Arantes, “o principal dilema que temos é a falta de coragem das pessoas de falarem sobre o assunto morte. Pela minha experiência, a maioria das pessoas que não querem falar sobre a morte, são pouco comprometidas com suas próprias vidas”. E aconselhou: “Faça bem as escolhas de onde você coloca o seu tempo de vida, para que você possa ser lembrado por tudo de bom que fez e pela diferença que fez no mundo”.
“As pessoas aprendem a lidar com a vida e a aceitar a morte, mas esse momento da passagem da vida para a morte é de muita intensidade. Vejo nas fontes judaicas inspiração para lidar com essa ponte que liga a vida à morte.A aceitação da morte traz oportunidade de se viver os últimos momentos da vida de maneira bastante significativa”, finalizou o rabino Michel Schlesinger.
Nessa mesma noite, também aconteceu o lançamento do livro: A alma sobrevive? do rabino Elie Spitz. O livro, que tem prólogo do Dr. Brian L. Weiss, aborda a jornada judaica sobre a crença na vida após a morte, vidas passadas e vivendo com propósito.
O evento Dilemas Éticos teve como patrocinadores: Itaú-Unibanco, Rosset, GR Segurança, Bemol e Focus Energia.