Ciclo da vida judaica
Brit-Milá
A cerimônia do Brit-Milá marca o ingresso do menino na comunidade judaica. Também conhecido em muitas comunidades como Bris, ele é realizado no oitavo dia de vida de um menino judeu, mesmo quando a data cai num Shabat ou em outro feriado judaico. O adiamento desta cerimônia só se dá em caso de bebês prematuros ou doentes. O Brit-Milá é a base fundamental da santificação do corpo. O fundador do monoteísmo judaíco, Avraham, foi assim denominado somente após ter executado a circuncisão. O profeta Moisés não pôde cumprir a missão de anunciar ao seu povo o mandado de Deus e protestar contra o Faraó, pela escravidão moral e física de seus irmãos, antes de ter cumprido o mandamento de circuncidar seu próprio filho. Há quem diga que a prática da circuncisão é um grande e, muitas vezes, doloroso sacrifício que a fé obriga o judeu a realizar. Porém, a vida e a perpetuação do judaísmo dependem do seu cumprimento. Quando a criança nasce, seus pais devem entrar em contato com a CIP para marcar uma entrevista com o rabino e agendar a data para a realização do Brit-Milá. A cerimônia deve ser feita pelos rabinos da CIP e a escolha do mohel (especialista que segue os preceitos judaicos da circuncisão) fica a critério da família. O ritual pode ser realizado nas dependências da CIP ou em outro local, como salões de festas ou buffets.
Pidyon Haben
O Pidyon Haben é uma cerimônia realizada no 31º dia de vida do filho primogênito de mãe judia, nascido de parto natural. A tradição tem origem no êxodo do Egito. Em lembrança aos primogênitos que sobreviveram à décima praga lançada por Deus sobre os egípcios, o Eterno exigiu que os primogênitos judeus dedicassem suas vidas no Templo. Contudo, foi instituída a redenção como um meio simbólico de liberar os primogênitos da obrigação deste trabalho. Simbolicamente, a cerimônia do Pidyon Haben é o resgate do primeiro filho, até então destinado ao trabalho no Templo, mediante o pagamento de cinco moedas de prata a um Cohen (sacerdote). Esta cerimônia não pode ser realizada no Shabat nem nos principais feriados judaicos, por envolver uma transação comercial (o pagamento feito ao Cohen). Quando o 31º dia de vida da criança coincide com uma destas datas, a cerimônia deve ser transferida para o dia comum mais próximo, podendo inclusive ser realizada à noite, após o término do feriado. Para a realização do Pidyon Haben na sinagoga da CIP, é necessária a formação de um minian (um grupo de 10 judeus que já atingiram a maioridade religiosa), com a presença da criança recém-nascida, seus familiares e um Cohen.
Simchát Bat
Simchát Bat é uma cerimônia realizada quando há o nascimento de uma menina judia. É nesta ocasião que a menina recebe seu nome judaico e uma benção especial do rabino. É costume a família participar do serviço religioso na sinagoga da CIP no primeiro Shabat após o nascimento da criança. Contudo, é importante salientar que não é estipulada uma data específica para a cerimônia, ficando a critério dos pais o melhor momento para sua realização. O formato da cerimônia varia de comunidade para comunidade pelo fato da Halachá não estipular nenhuma regra sobre a maneira de se dar um nome à menina. A cerimônia de Simchát Bat também é conhecida como Zéved Habat. A palavra Zéved significa em hebraico parte, presente ou porção. Ela foi empregada pela primeira vez na Torá quando nasceu Zevulun, filho de Iaacov e Lea. Lea disse: “Deus me deu um bom presente”. A benção feita na cerimônia foi inspirada nas palavras que Deus falou ao nosso patriarca Avraham, referindo-se à sua esposa Sara: “A tua mulher não mais será chamada de Sarai, porque a partir de agora seu nome será Sara, e a abençoarei”. Os ashkenazim não têm o costume de dar à criança nome de parentes vivos; já os sefaradim dão justamente o nome de um parente vivo como forma de homenageá-lo e ressaltar o hemshech (a continuidade) em vida. Na CIP, após a celebração, a família pode oferecer um kidush no Salão Nobre.
Bar Mitsvá
A expressão Bar Mitsvá foi inspirada no Talmud Babilônico e pode ser entendida como comprometimento ao mandamento. Bar Mitsvá é celebrado quando o menino completa 13 anos e também pode ser realizado por um adulto judeu a qualquer idade que, por algum motivo, não tenha realizado a cerimônia anteriormente. A partir desse dia, entre outros direitos, o menino pode integrar o minian (grupo de 10 judeus que já atingiram a maioridade religiosa). Cada Bar Mitsvá constitui um renascimento simbólico da fé judaica, uma reafirmação dos valores e das tradições sobre os quais repousa o futuro do povo judeu. O curso preparatório de Bar Mitsvá, na Escola Betty e A. Jacob Lafer de Educação Judaica, deve ter início com, no mínimo, dois anos de antecedência. Além da leitura da Parashá (trecho da Torá que será lido no Bar Mitsvá), o conteúdo do curso inclui aulas de cultura judaica, estudo do hebraico e o aprendizado de rezas. Os jovens que estudam em escolas judaicas são divididos em turmas diferenciadas. A CIP oferece um diferencial na preparação dos Bnei Mitsvá que é uma viagem realizada junto com os pais do Campo de Estudos Fritz Pinkuss, a sede da CIP em Campos do Jordão. Trata-se de uma oportunidade única para os pais e filhos se conhecerem melhor, em um ambiente judaico, antes de um momento que se tornará um marco inesquecível para toda a família. Além das aulas com as morot (professoras) da Escola Betty e A. Jacob Lafer de Educação Judaica, os alunos têm encontros informais, bem como aulas particulares ou em grupo com os rabinos. Os organizadores do Campos de Estudos Fritz Pinkuss também trabalham em conjunto com a equipe da Escola Betty e A. Jacob Lafer de Educação Judaica. Assim, nas viagens realizadas durante as férias, os jovens também têm uma complementação do curso preparatório para a realização do Bar Mitsvá. Para a realização da cerimônia na CIP é necessária uma entrevista com um de nossos rabinos.
Bat Mitsvá
O Bat Mitsvá corresponde à cerimônia que marca a maturidade religiosa da menina judia, que acontece aos 12 anos. A realização da cerimônia é relativamente recente, pois em diversas correntes do judaísmo as mulheres eram dispensadas dos estudos religiosos. Mulheres que não realizaram seu Bat Mitzvá podem realizar a cerimônia a qualquer idade. Ao tornar-se Bat Mitsvá, em hebraico, “comprometida com o mandamento”, a menina ingressa na comunidade judaica adulta, assumindo formalmente sua responsabilidade religiosa perante o seu povo. Não existe uma forma específica para o ritual da cerimônia de Bat Mitsvá. Na CIP, ela costuma ser realizada em grupos de garotas, geralmente no domingo de manhã. Cerimônias individuais também são realizadas, quando a família solicita. O curso preparatório de Bat Mitsvá, na Escola Betty e A. Jacob Lafer de Educação Judaica, deve ter início com, no mínimo, dois anos de antecedência. Além das aulas, que incluem o conteúdo judaico e alfabetização em hebraico para leitura das rezas e músicas durante a cerimônia, as alunas também participam de viagens com as mães para a sede da CIP em Campos do Jordão, o Campo de Estudos “Fritz Pinkuss”. Trata-se de uma oportunidade de estreitarem as relações, participando de atividades relacionadas ao judaísmo. Mães e filhas aprendem, por exemplo, a assar a chalá, o pão trançado que comemos no Shabat. Para a realização do Bat Mitsvá na CIP, é necessária uma entrevista com um de nossos rabinos.
Noivado
O casamento pode ser considerado o momento que transforma o relacionamento entre duas pessoas. O judaísmo acredita no casamento como um preceito a ser cumprido por todos os judeus, sendo desaconselhado o celibato. A ketubá, o contrato de casamento judaico, é assinado pelo noivo e duas testemunhas antes do início da cerimônia e lida perante todos os presentes quando os noivos estão sob a chupá. É costume o noivo quebrar um copo no final da cerimônia. A CIP e seus profissionais esforçam-se para tornar a cerimônia de casamento um ato judaico, emocionante e inesquecível para todos. Para permitir que a cerimônia seja adaptada às necessidades e ao desejo dos noivos, temos várias alternativas e opções. A CIP mantém duas sinagogas para a realização de cerimônias religiosas: a sinagoga Etz Chaim tem possibilidade de acomodar até 80 pessoas. Para as cerimônias de casamento, ambas as sinagogas são devidamente preparadas com uma chupá e podem ser decoradas conforme as necessidades de cada interessado, desde que previamente aprovado. Ao marcar a cerimônia, os noivos poderão escolher o rabino que deverá oficializar. Além disso, as cerimônias de casamento na CIP contam sempre com a participação de um chazan (cantor litúrgico) da CIP, escolhido pelos noivos, que canta as brachot (bênçãos) e a parte musical da cerimônia. Opcionalmente poderá também cantar uma música alusiva, precedendo a entrada da noiva. Com o objetivo de tornar as cerimônias mais tocantes, a parte musical é acompanhada por um coral litúrgico composto de 8 ou 16 pessoas. O chazan e o coral são acompanhados por órgão. Poderá entretanto haver um acompanhamento por violino, outros instrumentos musicais ou orquestra. A sinagoga e o salão poderão ser decorados, mas sempre de acordo com as normas da CIP. A cerimônia poderá ser fotografada e filmada de acordo com as necessidades. Pede-se aos profissionais apenas que respeitam o local e a cerimônia. Os noivos serão chamados por um funcionário da Congregação para tomar conhecimento dos detalhes da cerimônia. Nesta ocasião será feito um pequeno ensaio e serão definidos os detalhes de participação dos familiares. Em seu prédio, a CIP oferece todas as condições para a realização da festa depois da cerimônia religiosa. Anexo à sinagoga, temos um salão de festas com ar condicionado, que comporta até 700 pessoas sentadas num coquetel ou 400 pessoas sentadas. Há também instalações para pequenas recepções, como o Espaço Steibruch no primeiro andar, que acomoda até 80 pessoas num coquetel ou 60 pessoas sentadas. Ambos os salões podem ser decorados. Como em todas as atividades da CIP, num ato de respeito às nossas tradições, mantemos a exigência de que a festa respeite as leis do Cashrut. Para marcar a data de casamento, o primeiro passo é reservar um dia e marcar uma entrevista com um rabino da CIP. No período que antecede o casamento, a CIP oferece o “Curso para noivas da CIP”. O conteúdo do curso inclui aulas sobre relacionamento do casal, relacionamento entre familiares, detalhes sobre a cerimônia do Shabat e as rezas, as principais festas do calendário judaico, comidas típicas e objetos judaicos.
Bodas de prata
O aniversário de 25 anos da união de um casal merece uma comemoração mais do que especial. Essa data celebrada no seio da comunidade judaica, com uma bênção do rabino aos cônjuges. O casal e seus familiares podem oferecer um kidush festivo após a celebração. Para a comemoração das Bodas de Prata, é necessária uma entrevista com um de nossos rabinos.
Bodas de ouro
A comemoração das Bodas de Ouro marca uma renovação da vida do casal. Na cerimônia, expressa-se a gratidão a Deus, pela união e pede-se sua proteção e bênção. Os 50 anos, ano do Jubileu, são consagrados na Torá como de extrema relevância e comemoração em várias oportunidades, como, por exemplo, a libertação dos escravos e a liberação das terras. Para a realização da cerimônia, é necessária uma entrevista com um de nossos rabinos.
Kidush
A palavra kidush significa santificação. Após o serviço matutino de Shabat (sábado de manhã) ou após o Cabalat Shabat (sexta-feira à noite), é costume oferecer um kidush em ocasiões especiais, como uma forma de agradecimento ou memória de entes queridos. Entre as ocasiões estão aniversários, formaturas, yortzait (aniversário da morte de uma pessoa). O kidush é a cerimônia que confirma o Shabat como um dia sagrado, servindo a todos os presentes o vinho e a chalá (pão trançado), além de outros alimentos. Para oferecer um kidush, é necessário entrar em contato com a Central de Atendimento da CIP.