Começamos neste Shabat o mês de Av — um mês que carrega tanto dor quanto possibilidade. Dor pelas perdas que lembramos em Tishá BeAv. Possibilidade, porque mesmo na escuridão, o judaísmo nos ensina a buscar luz.

Estamos a dois meses de Rosh Hashaná e 10 dias depois, temos o Iom Kipur. Começamos a nos conectar com o tempo e pensar no nosso balanço espiritual anual, um olhar carinhoso para dentro. Nossas ações contam — cada gesto de cuidado, cada escolha ética, cada passo em direção ao outro. Mas há também um poder enorme nas nossas palavras. E, às vezes, no silêncio.

O Talmud diz: “Quem pode protestar e não protesta, é responsável”. Ficar em silêncio diante da injustiça é, muitas vezes, uma forma de consentimento. Ao mesmo tempo, nossos sábios nos lembram que há momentos em que calar é sabedoria — mas há também momentos em que calar é abdicar de nossa humanidade. A chave está sempre no equilíbrio e no autoconhecimento.

As parashiot dessa semana, Matot-Massei nos convidam a pensar em particular na responsabilidade que temos sobre o que dizemos e o que decidimos não dizer. Leis sobre promessas, votos, que nos lembram do peso das palavras. Palavras que machucam, palavras que curam. Palavras que escondem, palavras que revelam. Palavras que levantam mundos.

Que neste mês de Av possamos nos preparar. Para ouvir com mais atenção. Falar com mais intenção. Agir com mais coragem.

Venha se preparar conosco na CIP. Neste tempo sagrado que se aproxima, estaremos juntos: refletindo, crescendo, recomeçando. Porque o novo ano começa agora — com cada palavra que escolhemos calar e dizer.

Shabat Shalom

Rav Natan Freller