Chevra Kadisha | Perguntas frequentes
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A lavagem do cadáver antes do enterro não seria uma profanação do corpo ?
Como se calcula o Yahrzeit?
Existe uma exceção a esta regra. Se, por algum motivo, o sepultamento se realizou três ou mais dias após a morte, o primeiro Yahrzeit a calculado a partir do dia do enterro. Nos anos seguintes, entretanto, observa-se o Yahrzeit no aniversario do falecimento.
Em que consiste a tradição de ficar sete dias em casa após uma morte na família (Shivá) ?
A instituição da Shivá tem como finalidade dar à família forças psicológicas e espirituais para continuar depois da perda de um ente querido. O enlutado não esta só; muito pelo contrário, ele faz parte da “comunidade” dos “enlutados de Sion”. É esta consciência de grupo que lhe dá conforto, que lhe permite emergir fortalecido, preparado para enfrentar as vicissitudes da vida, e pronto para reassumir suas responsabilidades perante o seu povo.
O que é Shloshim?
Embora muitas das restrições referentes a Shivá sejam mantidas durante o Shloshim, o enlutado começa nesta fase a reintegrar-se na sociedade e reassume, em parte, sua vida normal.
O que é Yizkor?
Reunindo-nos como coletividade para recordar nossos entes queridos, não só prestamos um tributo aos que partiram, como também reafirmamos o vínculo sagrado e indissolúvel entre os filhos de Israel unidos na alegria e na dor.
O que é o Kadish?
Embora os cabalistas do século XVI atribíissem um caráter místico ao Kadish, alegando que toda vez que ele era recitado, a alma do falecido se elevava a um nível espiritual mais alto, o valor intrínseco do Kadish se relaciona a pessoa que o recita. Há uma expressão pública de fé em Deus por parte do enlutado, uma aceitação da Sua vontade mesmo em face da dor e da tristeza, uma submissão aos desígnios divinos diante da incapacidade de racionalizar uma tragédia pessoal.
O Kadish tem sido um dos fatores predominantes da continuidade do povo judeu – um elemento essencial daquele cordão umbilical que vem ligando as gerações judaicas uma a outra através dos tempos.
O que é o Yahrzeit?
Algumas pessoas jejuam no dia do Yahrzeit de um parente chegado, em sinal de pesar. Os chassidim, entretanto, considereram o Yahrzeit uma ocasião de júbilo e com base no conceito místico de que a cada ano que passa a alma do falecido ascende a um nível espiritual mais alto.
Por que as pessoas que acompanham o caixão fazem algumas paradas antes de chegar ao túmulo?
Por que existem várias formas do Kadish?
Além destas duas formas – o Kadish dos rabinos (Kadish deRabanan) e o dos enlutados (Kadish Yatom) duas outras versões são usadas em nossas sinagogas hoje em dia: uma forma abreviada recitada no final de cada parte do serviço (Chatzi Kadish) e o “Grande Kadish” (Kadish Shalem), recitado no término do serviço religioso.
Por que não há caixões ornamentados e flores nos enterros judaicos?
Mais ainda, nossos rabinos tinham receio da tendência humana de cultuar os mortos. É interessante notar que o local do sepultamento de Moisés é desconhecido, para evitar que cometamos o pecado da idolatria. Flores eram freqüentemente usadas pelos pagãos em seus rituais fúnebres. Nós, como judeus, não cultuamos os mortos. Pelo contrário: diante da morte, reafirmamos a vida. E traduzimos a memória em ação.
Por que não se faz a barba quando se está de luto?
Por que não se observa a Shivá no Shabat e nos feriados principais?
Embora o Shabat seja contado como um dos sete dias, interrompe-se temporariamente a observância da Shivá, e os enlutados costumam sair de casa nesse dia para assistir aos serviços religiosos na sinagoga. Quando termina o Shabat, reinicia-se a Shivá.
Se um dos principais feriados judaicos (ou seja, os feriados bíblicos) cai durante a Shivá, o restante da Shivá é anulado. O mesmo acontece quando ocorre um feriado entre o término da Shivá e o trigésimo dia de luto: anula-se o restante do Shloshim. (veja pergunta seguinte).
Por que o Kadish é recitado em aramaico?
Por que o corpo é sepultado envolto apenas numa simples mortalha branca?
Mais ainda, enterrando ricos e pobres em vestes iguais, simples e sem quaisquer ornamentos, ressaltamos um dos grandes valores judaicos e universais: a igualdade social.
Por que os enlutados não usam sapatos de couro durante a Shivá?
Por que os filhos devem recitar o Kadish diariamente durante onze meses após a morte do pai ou da mãe?
Entretanto, surgiu um impasse. Existia na antiga tradição judaica uma crença de que toda pessoa, após a morte, tinha que expiar os pecados cometidos na Terra, antes que sua alma pudesse entrar no Paraíso. E quanto maior o número de pecados, maior o tempo de expiação, sendo que o prazo máxima era de doze meses.
Baseado nesta crença, o Rabino Isserles de Cracóvia decretou no século XVI que o Kadish deveria ser recitado somente durante onze meses, pois se fosse mantido o período total de um ano, poderia parecer que o falecido tinha sido um pecador do mais alto grau.
Por que os judeus lavam as mãos ao saírem do cemitério?
Após lavar as mãos, deixamos que elas se sequem naturalmente, sem usar uma toalha. Simbolicamente, demonstramos assim nosso desejo de jamais obliterar nossos laços com o falecido e, pelo contrário, conservá-lo em nossa memória para todo o sempre.
Por que os parentes mais próximos jogam os primeiros punhados de terra sobre o caixão?
Por que se cobre o corpo logo após o falecimento?
Mais ainda, se deixássemos o corpo exposto, estaríamos limitando nossa perspectiva a realidade física da morte. Cobrindo-o, tentamos conservar na memória a imagem da pessoa em vida, e alargamos nossa visão para abranger uma dimensão espiritual.
Por que se cobrem os espelhos na casa de uma família enlutada?
Primeiramente, durante a Shivá (a primeira semana de luto), realizam-se diariamente serviços religiosos na casa dos enlutados. A lei judaica proíbe rezar diante de um espelho.
Outra razão é que a função básica do espelho relaciona-se diretamente com a vaidade pessoal, e esta contraria o espírito do luto, especialmente durante os primeiros dias, quando o enlutado deve se abster de fazer a barba, cortar o cabelo, enfeitar-se, etc.
Finalmente, o espelho reflete a imagem da pessoa somente se ela estiver fisicamente presente diante dele. Ao cobrirmos os espelhos na casa dos enlutados, demonstramos simbolicamente que mesmo sem a presença física daquele ente querido que partiu, sua imagem continua real e viva. Longe dos olhos, não longe do coração.
Por que se coloca uma pedra tumular?
A pedra tumular pode ser colocada a partir do término da Shivá. O mais comum, entretanto, é esperar decorrer um ano para inaugurar a matzeivá. Isto porque uma das funções básicas da pedra tumular é manter viva a memória do falecido. E, de acordo com o Talmud, “a memória dos mortos torna-se menos intensa após doze meses.”
A tradição judaica recomenda que a lápide seja simples, sem nenhuma ostentação. Simbolicamente, porque a morte é o grande nivelador. Se havia diferenças em vida, elas são eliminadas na morte. Não há ricos nem pobres. Somos todos iguais, porque nosso destino final é o mesmo.
Por que se colocam velas acesas ao lado do corpo?
De acordo com o pensamento místico judaico, a chama simboliza a alma do ente que partiu, pois ela se dirige sempre para o alto. Mantendo uma vela acesa durante a primeira semana de luto, e também no dia do aniversário do falecimento, estamos ajudando a ascensão da alma aos céus.
Por que se costuma fechar os olhos do falecido imediatamente após a morte?
Por que é costume colocar algumas pedrinhas sobre a lápide quando se visita um túmulo?
Por que é costume fazer um rasgo na roupa dos enlutados?
Talvez esse ritual tenha uma finalidade psicológica: uma forma de descarregar a dor e a angústia diante da perda de um ente querido.
Ao rasgar a roupa, o enlutado profere a bênção “Baruch Dayan Emet”, “Bendito seja o verdadeiro Juiz”, demonstrando assim que apesar da tragédia, sua crença em Deus e na justiça divina continua inabalável.
Por que é costume incluir ovos na primeira refeição dos enlutados após o enterro?
Outra explicação: assim como o ovo não para numa mesma posição e vira continuamente, esperamos que a nossa sorte também possa virar, e que a tristeza de hoje possa se transformar na alegria de um novo amanhã.
Quando se vai ao cemitério para um enterro, pode-se aproveitar e visitar túmulos de parentes e outras pessoas?
Quando uma pessoa viúva se casa pela segunda vez, ela deve continuar observando o Yahrzeit do cônjuge falecido?
Quanto tempo após a morte deve se realizar o sepultamento?
Quem deve recitar o Kadish por uma pessoa falecida?
As filhas não são obrigadas a recitar o Kadish. As autoridades ortodoxas sugerem que as filhas honrem a memória dos pais ouvindo atentamente a recitação do Kadish e respondendo “Amém”.
Entretanto, não há nada na lei judaica que proíba as filhas de rezarem o Kadish, e tal procedimento é comum entre os judeus liberais.
A lei judaica permite a cremação?
Existem casos excepcionais (durante as epidemias, por exemplo), em que a lei judaica permite a cremação. Porém, mesmo em tais situações, é necessário consultar um rabino.
Como o Judaísmo entende a vida após a morte?
Para os ortodoxos, a noção de “vida após a morte” é uma declaração da crença na vinda do Messias, que ressuscitara fisicamente os mortos. Para os judeus liberais, por outro lado a idéia e mais figurativa do que literal existe a terra dos vivos e existe “a terra dos mortos”. A ponte entre elas é o amor. Nós atravessamos essa ponte diariamente, por meio dos nossos pensamentos e dos nossos atos. Seguindo o exemplo daqueles que partiram, dedicando nossa vida à perpetuação dos seus ideais, nós lhes concedemos a imortalidade. Enquanto nós vivermos, eles viverão.
O que se faz com os pertences pessoais de um falecido?
Por que muitas pessoas se retiram da sinagoga antes do Yizkor?
É apenas um costume, não uma lei.
Por que razão se discrimina quanto à localização das sepulturas dos suicidas, nos cemitérios judaicos?
Por este motivo, alguns dos ritos tradicionalmente incluídos na cerimônia de sepultamento são negados ao suicida,- e ele é enterrado numa parte do cemitério afastada dos outros túmulos.
Existe, entretanto, uma opinião divergente: o suicida, no momento decisivo, não estava de posse de suas faculdades mentais, ele agiu inconscientemente. Portanto, não deve haver discriminação no sepultamento.
Um judeu pode ser sepultado conforme o ritual judaico num cemitério ecumênico?
Dada a complexidade das condições acima estipuladas, é norma do Rabinato não celebrar o rito judaico de sepultamento fora de um cemitério israelita.
Um rapaz nascido católico, e posteriormente convertido ao Judaísmo, pode observar a Shivá- e dizer o Kadish quando morre sua mãe (católica)?
Mais ainda, a finalidade do Kadish, na verdade, não é rezar pelos mortos. O Kadish é uma expressão da nossa fé inabalável em Deus diante do mistério da morte. E não teria sentido a lei judaica proibir tal louvor a Deus, em nenhumas circunstâncias.