Com profundo pesar, a Conib, suas federadas e a Congregação Israelita Paulista lamentam a morte do rabino emérito da CIP, Henry Sobel, ocorrida nesta sexta-feira, nos Estados Unidos, por complicações associadas a um câncer.

O rabino Henry Sobel foi um protagonista histórico na defesa dos direitos humanos no Brasil, com destaque para sua atuação na luta pelo esclarecimento do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, em 1975, em São Paulo, durante a ditadura militar. Sobel recusou-se a enterrar Herzog na ala dos suicidas do cemitério israelita, por rejeitar a versão oficial acerca das circunstâncias da morte. O rabino também participou, ao lado de líderes como Dom Paulo Evaristo Arns e Jaime Wright,do ato inter-religioso em homenagem a Herzog, naquele mesmo ano.

 

Português por nascimento, norte-americano por adoção, Sobel era filho de judeus de tradicional ortodoxia. Ao Brasil, país que tanto gostava, chegou na década de 70. À frente da CIP, onde ficou até 2007, transformou-se em uma das grandes lideranças religiosas do país. Sobel estabeleceu diálogo e construiu pontes entre o judaísmo e as demais religiões, participando de inúmeros cultos e eventos ecumênicos. Foi também representante da Conib para o diálogo inter-religioso. Sua atuação ajudou a inserir a comunidade judaica em um outro patamar na vida nacional.

“Henry Sobel foi o maior representante que a comunidade judaica brasileira já teve. De seu modo contundente e carismático, comunicou os valores judaicos humanistas para o nosso País. Quando denunciou o assassinato do jornalista Vladimir Herzog, contribuiu de maneira definitiva para a redemocratização do Brasil.” disse o rabino Michel Schlesinger, da CIP e representante da Conib para o diálogo inter-religioso.

“A comunidade judaica e o Brasil perdem não só um defensor inegável dos direitos humanos e dos valores judaicos, mas uma figura ímpar, que deixou marca indelével na história do país”, disse o presidente da Conib, Fernando Lottenberg.