Vivemos numa época de busca por espiritualidade. Se por um lado as pessoas estão mais ocupadas, por outro aproveitam cada minuto livre para atividades que alimentem o espírito. 

A busca por filosofias orientais é crescente. Também observamos uma procura por tudo que se relaciona à mística. Livros de Cabalá são vendidos aos montes.

Nosso corpo está sendo tratado pela prática de esportes. Terapias de todas as sortes nos ajudam a manter a cabeça equilibrada. No entanto, muitas pessoas sentem que, além do corpo e da mente, sua alma também precisa de atenção. 

Logo no início da parashá desta semana, Behaalotechá, lemos uma descrição da Menorá. O candelabro de sete braços deveria arder todos os dias no santuário do deserto.

Será que Deus precisa de um santuário? Será que Ele necessita da luz da Menorá?

É claro que não. Tanto o santuário quanto a Menorá foram ordenados para suprir as necessidades do homem. Para nos aproximar de Deus, temos necessidade de lugares e objetos sagrados.

Deus se encontra em todos os lugares. Em tese, poderíamos nos aproximar Dele sem a necessidade dos templos e dos candelabros. No entanto, nossa espiritualidade limitada exige meios físicos para nos aproximar do inatingível.

Os sete braços da Menorá são uma referência aos sete dias da semana. Devemos buscar uma vida de espiritualidade sempre. Não podemos buscar Deus apenas no Iom Kipur ou apenas nos Shabatot. Precisamos buscar uma vida de relação constante com o Criador do Universo.

O termo usado pela Torá para descrever o acendimento do candelabro é “behaalotechá”, a mesma raiz da palavra “aliá”. Este termo, que normalmente se associa à imigração para Israel ou à participação na leitura da Torá, significa literalmente “subida”. A vela não deve ser simplesmente acesa, temos que nos certificar que sua chama dirija-se para cima. Segundo Rashi, o acendimento precisa acontecer até que a chama se sustente sozinha e que se dirija para o alto.

A busca da espiritualidade precisa acontecer com o objetivo de nos aproximar de Deus. O indivíduo que busca a espiritualidade apenas para sua satisfação pessoal desvia-se do caminho da Torá. Nossa busca pelo aperfeiçoamento pessoal deve se refletir em nossa relação com o Criador do Universo e nossa atuação na sociedade.

Que Deus abençoe nossa busca por vidas mais espiritualizadas. Que possamos nos conectar ao Criador do Universo todos os dias. Que saibamos acender uma chama que se sustente sozinha e que se dirija para o alto. E, finalmente, que nosso aperfeiçoamento pessoal se reflita no aprimoramento de todo o universo.

 

Shabat Shalom!

Rabino Michel Schlesinger