Feliz ano novo
O povo judeu tem seu próprio ano novo que comemoramos com maça, mel, cabeça de peixe, shofar e muita oração. No entanto, vivemos em um mundo que comemora a renovação na passagem do 31 de dezembro para o primeiro de janeiro. Mesmo que quiséssemos não poderíamos assinar um cheque e escrever: São Paulo, 5 de tevet de 5779 ou trabalhar no primeiro dia de janeiro como se nada estivesse acontecendo.
Assim, assumimos compromissos com nós mesmos. No próximo ano vou fazer mais esportes, vou ler mais livros, vou dedicar mais tempo para a família, vou tomar menos refrigerante, vou viajar mais, vou trabalhar um pouco menos, vou ser mais agradecido pelo que tenho, entre outras promessas.
Na parashá desta semana, Vaigásh, Iossêf vê seu sonho de infância torna-se realidade. Quando era pequeno, José sonhou que um dia o sol, a lua e onze estrelas se curvariam para ele. De fato, no trecho que leremos amanhã na sinagoga, seu pai e seus onze irmãos reverenciam Iossêf por salvar as suas vidas acolhendo-os no Egito.
O sol é Jacó, o pai. As onze estrelas são os irmãos. Mas, onde estava a lua? Raquel já tinha falecido e não participou da materialização do sonho de José. Acredito que esta narrativa traz duas importantes lições. A primeira é que sonhos tornam-se realidade. A segunda é que o resultado nunca é idêntico àquilo que tínhamos planejado.
Nesta época em que assumimos compromissos em relação ao ano que vai se iniciar, lembremos a lição de José. Sonhos tornam-se realidade, por isto vale à pena sonhar. Ao mesmo tempo, sejamos flexíveis para comemorar uma realização mesmo que ela não seja exatamente da maneira que a planejamos.
Que sejamos todos sonhadores, flexíveis.
Shabat Shalom!