Celebramos o ano novo da árvore juntos no último domingo, 16, em um sêder comunitário de Tu BiShvat. O encontro, conduzido pelo rabino Rogério Cukierman, foi seguido de um bate-papo com jovens ativistas de diversas religiões, no qual eles discutiram como a fé, o ativismo e a pauta das mudanças climáticas se interseccionam.
A conversa teve introdução de Isabel Pereira (do Instituto de Estudos da Religião) e Pedro Carcereri (diretor do documentário ‘Juventudes, Clima e Fé’, que levantou a pauta da conversa).
David Beraha, que representou a comunidade judaica no encontro, falou sobre como a Avanhandava impactou a consciência ambiental de 3 gerações da sua família.
“Na comunidade judaica trabalhamos muito com a ideia de transmitir conhecimento de geração em geração. (…) Na CIP e no movimento escoteiro, entendemos que essa transmissão é fundamental, e um dos pontos mais importantes disso é a educação ambiental”, relata David.
Amanda Costa, representante da comunidade evangélica, contou sobre como a sua fé foi essencial para a sua trajetória como ativista climática, e sobre a necessidade de olhar para a causa sob um ponto de vista interseccional.
“Quando almoçamos um prato cheio de agrotóxicos, isso também está matando o nosso corpo. Genocídio da população preta não é só morte por tiro, mas toda a lógica de um sistema excludente que faz com que a minha vida seja seifada pelo sistema”, ela afirma.
Mirim Ju Yan Guarany, jovem morador e aprendiz da aldeia Tekoa Itakupe, afirma que a comunidade indígena compartilha de uma consciência ambiental que faz parte da própria visão de mundo: “Nós sempre tivemos a compreensão do que ocasiona a destruição da natureza. Nossos antepassados falavam ‘quando matar a última árvore, quando poluir o último rio, verá que o dinheiro não se come’. Compartilhamos dessa consciência e estamos há mais de 5 séculos tentando minimizar essa destruição”.
“A degradação ambiental tem a mesma origem da degradação social — é uma mentalidade em si, não são coisas separadas. (…) Vemos na sociedade ocidental a transformação de necessidades básicas em direitos, e direitos em mercadoria, onde quem tem acesso a eles é só quem consegue pagar”, afirma Mirim Ju.
Para conferir o bate-papo na íntegra, assista abaixo!