Para celebrar a festividade de Shavuot, que comemora a entrega da Torá durante a travessia no deserto após a saída da escravidão no Egito, a Congregação Israelita Paulista (CIP) realizou no sábado, 08 de junho, o “17º Ticun – Virada Cultural Judaica”.
O evento, gratuito e aberto ao público, teve como tema “O Mundo Judaico Após o 7 de Outubro” e contou com uma programação extensa, incluindo painéis sobre Diversidade, Sionismo, Antissemitismo e Judaísmo.
O Painel Diversidade contou com a exibição do curta metragem “Na Nossa Pele” e a participação de Renato Mezan, Anelise Fróes, rabino Dr. Ruben Sternschein, Gabriel Richards e João Torquato. Do Painel Sionismo, participaram Karina Calandrin, o rabino Uri Lam e o jovem Theo Muanis. Heni Ozi Culkier, a rabina Kelita Cohen e Mariana Lederman participaram do Painel Antissemitismo, enquanto o Painel Judaísmo foi conduzido pelo rabino Dr. Ruben Sternschein.
Entre os debates, ocorreram apresentações de dança com os grupos Nefesh, Atid, Eretz e Tikvá, transmitindo uma mensagem de resiliência e de que “We Will Dance Again” (Vamos Dançar Novamente), e um Shirá beTsibur com o tema “Et hamanguiná hazot hi efshar lehafsik” (este canto não pode ser interrompido) em alusão ao Festival Nova, onde centenas de jovens foram assassinados por terroristas do Hamas.
O Ticun também contou com uma Roda de Estudos Judaicos, músicas meditativas e dança circular, encerrando-se às 6h30 da manhã com uma bênção final.
“Depois do 7 de outubro, toda nossa agenda e todos os temas que tínhamos planejado, inclusive para os cursos da Academia Judaica, já não faziam mais sentido. Precisamos discutir, entender, dar lugar às nossas angústias e interpretar o que estamos sentindo. Por esse motivo, nesta edição do Ticun, toda a agenda e as atividades foram voltadas para essa temática”, destacou a rabina Kelita Cohen, que esteve à frente da organização do evento.
“A cada ano buscamos um tema relevante para o Ticun, e este ano não há como ignorar o impacto do 7 de outubro na vida e no mundo judaico. Tudo mudou a partir dessa data. Refletimos sobre a diversidade dentro e fora da comunidade judaica, sobre como podemos ser um e reconhecer nossas diferenças, e sobre como a relação com Israel também se transformou, voltando a ser um lugar que precisamos salvar. Outro tema abordado foi o antissemitismo, que mudou de cara, de roupagem, de intensidade e de sentido. Ser judeu nunca foi fácil, e hoje está ainda mais difícil”, concluiu o rabino Dr. Ruben Sternschein.
O evento contou ainda com a venda de plaquinhas e pins com renda revertida para a ONG “Bring Them Home” em Israel, (Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos), além da Campanha Social de Shavuot do Projeto Juntos, que oferece atendimento psicológico à população de rua.