O Ministério do Turismo, a CIP, a DGT Filmes, a ExLibris e a Krakatoa filmes apresentaram nesta quarta-feira, 11 de maio, na Sinagoga da CIP, uma sessão especial do documentário “O Rabino na Catedral”, em evento que reuniu mais de 200 pessoas.
O documentário, que tem cerca de 25 minutos, direção e roteiro de Fernando Navarro e Sérgio Gag, produção executiva de Jayme Brener e Well Darwin e narração de Tuna Dwek, retrata a vida do rabino Henry Sobel, uma figura de grande expressão religiosa, social e política no Brasil.
Depoimentos de pessoas que conviveram diretamente com ele, e de personalidades como o jornalista Boris Casoy, relataram momentos que demonstram a personalidade cativante e midiática de Sobel, e do porquê ele é considerado um protagonista histórico na defesa dos direitos humanos no Brasil, com destaque para sua atuação na luta pelo esclarecimento do assassinato do jornalista Vladimir Herzog durante a ditadura militar.
Após a exibição do documentário, o rabino Dr. Ruben Sternschein mediou um bate-papo com a participação do cardeal Dom Odilo Scherer, do jornalista Jayme Brener, da atriz Tuna Dwek e de Sérgio Gag e Fernando Navarro, diretores do filme.
“O rabino Henry Sobel foi, sem dúvida, o judeu mais importante em mais de cinco séculos de história do Brasil. Com seu trabalho em defesa dos direitos humanos e do diálogo inter-religioso, ele garantiu uma inserção maior da comunidade judaica dentro do Brasil. E, como um rebelde permanente, muitas vezes ele fez isso à revelia, ou mesmo na contramão do que desejavam as lideranças judaicas do país”, destacou Jayme Brener.
Sérgio Gag e Fernando Navarro pontuaram os desafios para a realização do documentário. Segundo eles, “todo mundo tem uma história para contar sobre o Sobel ou com o Sobel, e foi um grande desafio filtrar essas histórias e construir uma trajetória a partir de relatos e referências de outras pessoas”.
Para Dom Odilo Scherer o rabino Sobel foi um homem aberto ao diálogo inter-religioso e, em especial, ao diálogo católico-judaico. Ele era muito firme nas suas posições, mas estava sempre aberto a ouvir. Sua presença em muitos eventos ajudou a aproximar diversos grupos religiosos.
“Henry Sobel não era uma pessoa apenas de palavras, ele era de palavras e de atos. Ele sempre esteve à frente de lutas benéficas para todo o mundo, e suas atitudes eram condizentes com tudo o que ele achava e pensava. Ele era uma pessoa ligada ao humano, não necessariamente ao ideológico e ao partidário”, declarou Tuna Dwek.
“O encontro de hoje foi muito especial e necessário. Hoje pudemos aprender sobre o bem e ver como o bem foi claramente muito maior do que os tropeços na vida de Henry Sobel. As bênçãos podem ser dadas a todos e recebidas por todos, e todo o meio é bom para se fazer o bem”, concluiu o rabino Dr. Ruben Sternschein.
O evento foi uma realização do Ministério do Turismo, através da Lei de Incentivo a Cultura, da Congregação Israelita Paulista, DGT filmes, da Ex-libris e Krakatoa filmes, com patrocínios de Bemol, Itaú, CSN, GR, Rosset e Helbor.