O ato Minha Fé é Antirracista – Em defesa das Vidas Negras, organizado pela Coalizão Negra por Direitos, clamou por justiça e igualdade racial no último domingo (20). A CIP foi representada pelo rabino Ruben Sternschein, que discursou ao lado de outras figuras de liderança religiosa.

“Embora não sejamos todos culpados, somos todos responsáveis”, afirmou o rabino Ruben, citando uma fala do rabino Abraham Heschel, notável ativista pelos direitos civis afro-americanos, ao lado de Martin Luther King.

Um mês após o Dia da Consciência Negra e o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, em um supermercado Carrefour de Porto Alegre, o ato trouxe vozes como Iyá Sandrali de Oxum, bispo Dom Zanoni Demettino Castro, Monja Coen e pastora Luterana Cibele Kuss para dar visibilidade à luta do movimento negro.

“A vida de Beto foi ceifada pela perversidade capitalista, que é inimiga da nossa ancestralidade, pois não ouviremos mais a voz de Beto a cantar ao som do tambor para os nossos Orixás”, afirmou Iyá Sandrali de Oxum. “Onde há racismo não existe paz. Até quando continuaremos ouvindo o lamento dos pais e das mães ao falarem do interrompimento dos seus sonhos?”, ela questiona.

Um manifesto assinado por todas as instituições que compõem o ato foi publicado no El País, lembrando que, no Brasil, um jovem negro é assassinado a cada 23 minutos; 75% dos mortos por arma de fogo são negros; e que pessoas negras são frequentemente torturadas e assassinadas em inúmeros ambientes e situações — o assassinato de Beto no Carrefour não foi um fato isolado.

“Estamos aqui porque não podemos mais ficar calados, não podemos mais afastar os olhares ou virar a página do jornal”, reivindicou o rabino Ruben em sua fala, “devemos nos posicionar; estamos aqui para dizer para Caim que sim, nós, seres humanos, não somos nada além de cuidadores uns dos outros”.

Para conhecer o manifesto da Coalização Negra por Direitos e se organizar em prol das vidas negras, clique aqui. Você pode conferir o ato na íntegra abaixo.