Carnaval é uma grande festa. É tempo de muita folia.
Muita música, muita dança, confetes e serpentinas.
A televisão vai, nos próximos dias, exibir imagens do carnaval nas várias capitais brasileiras. Não se vai falar de outro assunto por algum tempo.
Vai ter desfile de gala e desfile sem gala, o carnaval dos ricos e o carnaval do povo, escola vencedora e escola desclassificada, mestre-sala e porta-estandarte.
Enfim, a alegria vai tomar conta da nação.
E nós, judeus brasileiros, vamos estar, de uma forma ou de outra, participando dessa grande festa. E não há nada de errado nisso. Desde que as coisas aconteçam dentro do limite.
A parashá dessa semana, Mishpatím, fala de limites. Deus, através de Moshé, estabelece para o povo uma série de regras de convivência. Uma porção de limites.
Desde que o povo atingiu a liberdade física através da saída do Egito, não havia regras para direcionar o comportamento das pessoas. Cada um fazia aquilo que julgava ser correto. E a confusão era imensa. A Torá veio para disciplinar o dia a dia das pessoas e tornar possível a vida em comunidade.
Um povo que não tem leis pode parecer um povo mais livre. Errado! A falta de lei não traz liberdade, traz sofrimento. Torna-se impossível viver sem esbarrar no próximo. Fica difícil agir sem prejudicar ninguém.
Livre é o povo que vive feliz dentro dos limites de suas leis. Respeitando a individualidade de cada ser.
Que a folia tome conta dos lares e avenidas. Que o Carnaval traga alegria a todos os brasileiros. E que saibamos festejar a “liberdade de ter limites”.
Shabat Shalom.
Rabino Michel Schlesinger