O bem e o mal
Na segunda porção do ano, a Torá continua a lidar com o tema da maldade do ser humano. Depois do pecado de Adão e Eva e o assassinato de Abel por seu irmão Caim, Gênesis relata, na parashá desta semana, as histórias da Arca de Noé e da Torre de Babel.
Eis que a terra se corrompeu e Deus decidiu destruí-la. O pecado tomou conta de todas as criaturas que foram castigadas com um violento dilúvio. Apenas Noé, sua família e alguns animais de cada espécie puderam ser salvos. Para tanto, Deus ordenou a construção de um barco para resistir aos temporais que estavam por vir e o armazenamento de comida suficiente para a grande jornada.
Depois de sete dias “abriram-se as comportas do céu” (“Arubot Hashamaim Niftáchu”) e se iniciou um dilúvio que duraria quarenta dias e quarenta noites. Mesmo as mais altas montanhas foram cobertas pelas águas do dilúvio. Todas as criaturas que estavam fora da arca morreram.
Aos poucos, as águas foram diminuindo e a arca pousou sobre os montes de Ararat. Foi então que Noé pôde abrir a janela e enviar um corvo e depois uma pomba para verificar se já não havia mais água. Apenas quando a pomba retornou com uma folha de oliveira no bico, e depois, não mais retornou, Nôach soube que a terra já estava seca. Deus ordenou que todos deixassem a arca, vivessem e se multiplicassem sobre a terra. Noé ofereceu um sacrifício e Deus comprometeu-se a nunca mais fazer um dilúvio para destruir as criaturas da terra e fez aparecer um arco íris como sinal da aliança.
No final dessa parashá, a Torá descreve um grupo de pessoas que falavam a mesma língua e que resolveram edificar uma cidade na terra de Shinar e construir uma torre cujo cume chegaria aos céus para que tivessem fama (“Venaassê Lanu Shém”). Para arruinar o projeto e castigá-los, Deus confundiu suas línguas e os espalhou pela terra. E ficou essa história conhecida como a Torre de Babel.
Depois de algumas experiências difíceis que se seguiram à criação do mundo, Deus compreende que “o impulso do coração do homem é mau desde sua juventude” (“Ietzer Lev Haadam Ra Mineurav”) e busca um caminho para aperfeiçoar a Sua relação com esse ser complicado chamado homem.
Shabat Shalom!
Michel Schlesinger