A porção desta semana inicia o quarto livro da Torá, o livro de Números – em hebraico, Bamidbar, ou “no deserto”. O nome que damos a ele em português refere-se aos diversos censos relatados em seus primeiros capítulos. Por esse motivo, ele é também conhecido em hebraico como Chumásh Hapekudím, ou Livro dos Censos. “No Deserto” faz referência ao fato de este livro narrar a história do Povo de Israel em sua longa permanência no deserto, desde o Monte Sinai até o Rio Jordão.
Deus sabia que a marcha dos israelitas rumo à Terra Prometida exigiria deles o enfrentamento a meios hostis, tanto naturais quanto humanos. Por esse motivo, o povo deveria ser organizado militarmente, o que requereria um censo. A parashá Bamidbar descreve este censo, anunciado por Deus no primeiro dia do segundo mês, no segundo ano desde a saída do Egito. Segundo o chumásh Etz Chaim, nos tempos antigos o primeiro dia de cada mês era considerado feriado, o que possibilitava uma oportunidade para reunir o povo para importantes anúncios.
Conforme relatado na parashá, Deus determina quem deveria ser considerado um possível militar e assim deveria ser contado pelo censo: homem, filho de Israel segundo a casa de seus pais, da idade de vinte anos em diante. “Todo aquele que poderia sair para o exército são os contados”. Neste censo, os Levitas deveriam ser excluídos, segundo o Eterno ordenou a Moisés (Números 2: 33): “pois eles são os guardiões do santuário e dos filhos de Israel”. Os possíveis de serem recrutados totalizaram 603.550 pessoas. Segundo o rabino Ismar Schorsch, a promessa de Deus de Avraham “E farei de ti uma grande nação” (Gênesis 12:2) foi cumprida.
A CIP se orgulha de ser uma comunidade grande. Somos 1800 famílias, o que representa um universo aproximado de cinco mil pessoas, uma vez que nós contamos as mulheres e as crianças. Mais importante, no entanto, do que saber quantos somos, é descobrir quem somos. A relação pessoal é essencial para uma congregação que tem entre seus principais objetivos o de ser cada vez mais acolhedora.
Além do censo das doze tribos de Israel, esta parashá descreve a organização destas tribos ao redor do Tabernáculo, enumera as diversas famílias da tribo de Levi e consagra os Levitas para o serviço do Mishcán.
Shabat Shalom.
Rabino Michel Schlesinger