Se o tempo tivesse uma forma, seria uma linha ou um círculo? Ou será que… uma espiral? A forma de uma semente, o mesmo desenho do contorno de nosso corpo? Qual a forma do tempo?
No decorrer da história, ao redor do mundo, muitas culturas buscaram — e seguem buscando — investigar e compreender o tempo. Nossa vida dura um tempão, mas de todo o tempo do universo, sabemos apenas um pouquinho!
Desvendando ou não seus grandes mistérios, o fato é que, ao longo da vida, contamos o tempo, e isso também significa contar com o tempo, confiar nele, deixar que ele também nos conte um pouco da vida e nos ensine. Talvez o que mais queremos com tudo isso seja dar significados ao tempo, preencher nossos caminhos com histórias e memórias. Será, então, que podemos inventar o tempo, dar a ele novas formas?
Você já viu uma linha do tempo? Constantemente, tendemos a perceber o tempo como algo linear. Um dia depois do outro, e assim se vão as semanas, os meses e os anos. O tempo é uma linha?
Para investigar isso, podemos pensar em uma imagem: uma praia. Se olharmos em direção ao horizonte, lá onde o mar parece que se encontra com o céu, veremos uma linha. A linha do horizonte. Ora, mesmo vendo uma linha, sabemos que a Terra é redonda! Acontece que o planeta é tão grande que, do alto de nossa pequenez, vemos só um pedaço do contorno da Terra. Como se o mundo fosse um círculo imenso formado por pequenos horizontes que vão se curvando.
https://www.pbs.org/newshour/science/7-diy-experiments-b-o-b-the-earth-is-round
Durante nossa vida, com o horizonte à frente, vamos lidando com onda após onda, mergulhando, boiando, caminhando… O tempo é um eterno movimento. Os seres humanos vão e voltam, e a praia continua ali, como há centenas de anos. Cada grão de areia já foi parte de uma pedra maior, imagine quanta história eles sabem contar.
Ilustrações do livro “Onda” de Suzy Lee
O horizonte da praia parece não ter fim: a grandeza do mundo é redonda! Talvez, a grandeza do tempo também seja. E se o tempo for um grande círculo, ou uma espiral?
Com a chegada de Rosh HaShaná e o início de um novo ano judaico, nos deparamos com a chalá agulá, que tem um formato especial para a ocasião. Já reparou nela na mesa do Seder? O que ela está querendo nos dizer, justamente em um chag que celebra um novo ano, que é como contamos o tempo?
Podemos entender a passagem do tempo em ciclos. Um ciclo que se encerra e se renova. Igual, mas diferente. Um fim que não é um fim: uma espiral. O tempo tem a forma de uma chalá agulá!
Se olharmos à nossa volta, veremos que a natureza está repleta de ciclos: as estações do ano, o ciclo da água, da terra, da lua. Até o dia e a noite formam um ciclo! E, como somos parte da natureza, não ficamos para trás. Nosso corpo e mente têm ciclos que muitas vezes deixamos de perceber. Você já reparou?
Rodeados por esses pensamentos, nós — equipe de Ieladim da CIP — preparamos, neste Rosh HaShaná, um concurso especial.
Vamos perceber os ciclos de nossas vidas? O que você vê ao seu redor que te lembra desses movimentos cíclicos do tempo? Uma bola? A tampa de uma garrafa, uma roda de um carrinho, uma folha… E o que podemos criar e recriar a partir de coisas que nos lembram desses ciclos?
O desafio desse Rosh HaShaná será criar uma ilustração inspirada na arte de Javier Pérez Estrella, que cria composições com base em objetos do cotidiano. Em nossa Mostra, o desafio é criar ilustrações com base em algum elemento que remete aos ciclos que percebemos em nossas vidas. Produzimos alguns exemplos, para inspirar:
Agora é com você! Que neste ano que está chegando possamos estar mais atentos aos ciclos e espirais que dão sentido ao nosso tempo e à nossas vidas.
Shaná Tová Umetuká