A parashá que lemos nesta semana, Reê, é extremamente rica. Mais uma vez, ao estilo de todo o Deuteronômio (Devarim), ela promete recompensas àqueles que seguirem as leis da Torá e castigos àqueles que não as cumprirem. É nela que é ordenada a destruição de todos os altares e ídolos que forem encontrados em Canaã. Esta parashátambém descreve o ritual de oferendas e sacrifícios que seriam realizados na Terra Prometida, onde haveria um único santuário. Além disso, é nela que as leis de Cashrut, a dieta alimentar judaica, são determinadas. Algumas das regras descritas são:

“Esforça-te para não comer o sangue porque o sangue é a alma; todo animal de casco fendido e que rumina, comereis; de tudo o que há nas águas, somente o que tem barbatanas e escamas comerei; toda ave pura podereis comer.” A Torá traz uma relação dessas aves.

Assim seguem as regras: “Não comerei nenhum animal que morreu por si; os animais precisam ser abatidos de forma ritual (schitá); não cozinharás o cabrito com o leite da sua mãe”. Este último versículo é interpretado pelos nossos sábios como a proibição da ingestão de carne e leite simultaneamente.

A Torá nos alerta sobre os falsos profetas. Pessoas que surgem e convencem as pessoas, por meio de sinais e milagres, a seguirem outros deuses. Segundo o texto, esses falsos mensageiros são enviados por Deus para “saber se amais o Eterno, vosso Deus, com todo vosso coração e com toda vossa alma”.

Nesta parashá também aparece a proibição de fazer cortes, o que dá origem à interpretação da proibição de realizar tatuagens. O cabelo não deve ser raspado em caso de luto porque esse era um costume comum entre os pagãos.

O trecho desta semana termina com a descrição das leis sociais relativas ao ano sabático e regras para a construção de uma sociedade mais justa. Finalmente as Festas de Peregrinação, Pessach, Shavuót e Sucót, são descritas.

Um abraço,

Rabino Michel Schlesinger